O Chelsea fez história na noite dessa terça-feira no estádio
Camp Nou. Com um atleta a menos em boa parte da partida, já que o zagueiro
Terry foi expulso no primeiro tempo, os ingleses saíram de uma derrota por 2 a
0 para o poderoso Barcelona, buscaram o empate na etapa final e conquistaram uma vaga inédita na final da
Liga dos Campeões da Europa.
Como o primeiro jogo em Londres terminou 1 a 0 para os
azuis, o Barça precisava de uma vitória por 2 ou mais gols de diferença para
chegar à mais uma final da Liga dos Campeões. Tudo levava a crer que
conseguiria isso até com uma certa tranquilidade.
Desde os primeiros minutos de jogo, os catalães abusaram de
sua famosa posse de bola e chegada com perigo ao gol adversário. Com apenas
dois minutos, Messi fez tabela com Aléxis Sanchez e chutou pela rede do lado de
fora. Pouco tempo depois, o argentino
obrigou Peter Cech a fazer grande defesa. Todo retraído na defesa, o Chelsea
pouco atacou. A primeira finalização ocorreu aos 22 minutos. O atacante Drogba
arriscou de fora da área e a bola subiu muito. Dois minutos mais tarde, o camaronês
ganhou a corrida com Piqué, e sem ângulo bateu pela rede do lado de fora.
Melhor no jogo, o Barcelona foi premiado com o gol aos 35
minutos. Após bela troca de passes entre Daniel Alves e Cuenca, o volante
Busquets empurrou para as redes de Cech. No minuto seguinte, o zagueiro inglês
Terry deu uma leve joelhada em Sanchez e foi expulso pelo árbitro. Com mais
espaço em campo, o Barça logo chegou ao segundo gol. Messi fez boa jogada e
rolou para Iniesta ampliar.
Assim como no primeiro jogo, o Chelsea resolveu aprontar nos
acréscimos da etapa inicial. Lampard lançou o brasileiro Ramires (foto), que encobriu
o goleiro Valdés. Um golaço! O placar de 2 a 1 dava a classificação aos
visitantes.
No segundo tempo, o panorama continuou o mesmo, ou seja, os
catalães com domínio da posse de bola e agredindo o adversário. Com dois
minutos, o Barça teve a chance de ampliar, mas o melhor do mundo, Messi
desperdiçou pênalti. Os catalães seguiram na luta pelo gol da classificação. No
entanto pararam no forte bloqueio inglês. O atacante Drogba atuava mais como um
defensor e mesmo assim quase marcou um gol antológico do meio de campo. Valente
e mesmo com um homem a menos, a equipe inglesa impediu que o Barcelona trocasse
passes em seu campo de defesa. Não era dia de Messi. Aos 37 minutos, o argentino chutou de canhota
e a bola bateu na trave, após leve desvio de Cech.
O Chelsea liquidou a fatura nos minutos finais. Em rápido
contra-ataque, Bosingwa lançou Torres, que livre de marcação, driblou Valdés e
empurrou para as redes. Empate heroico, que calou o Camp Nou. Agora os ingleses
aguardam o vencedor entre Real Madrid e Bayern de Munique, que se enfrentam
nessa quarta-feira, no Santiago Bernabéu. No primeiro jogo, em Munique, houve
vitória alemã por 2 a 1.
crédito foto: Associated Press
Pitacos
O Chelsea só confirmou aquele velho clichê de que no futebol
nem sempre o melhor vence. Atuando de forma defensiva nos dois jogos da decisão
e com ciência que era inferior tecnicamente, obteve uma vitória e um
empate. Os ingleses tiveram apenas três
chances claras em 180 minutos da decisão. E guardaram as três (Drogba, Ramires
e Fernando Torres). Mais eficiência do que isso, impossível!!
O Barça perdeu gols como nunca nos dois jogos. Se tivesse a
pontaria mais calibrada e não contasse com duas exibições fantásticas de Peter
Cech, certamente teria melhor sorte.
Fiquei decepcionado com o fraco futebol de Messi,
principalmente no Camp Nou. Além de perder um pênalti, mostrou nervosismo, algo
raro em sua carreira. Errou muitos passes e apelou a várias faltas, recebendo
um justo cartão amarelo. Mas nada disso manchará sua brilhante carreira. Os
gênios também erram. Foi assim com o craque brasileiro Zico na Copa do Mundo de
1986.
O Barça, enfim foi derrotado em mata-mata, algo que há muito
tempo não acontecia, mas mesmo assim continua sendo o maior time que vi na
minha vida.
Não dá para entender o comportamento de alguns brasileiros
ignorantes nas redes sociais ao dizerem que o Barça não vale nada, que não é
tudo isso, entre outras tantas asneiras. Isso me parece um pouco de inveja.
Outro ponto que não entendo é o excesso de torcida contra o
fracasso do Barça. Se defendemos tanto o futebol arte, porque torcemos contra o
Barcelona, o time que melhor apresentou essa filosofia nos últimos anos?
Não creio que essa eliminação, significará o fim desse atual
Barça, comandado pelo competente técnico Guardiola.
O Chelsea praticou um futebol, que não me agrada, mas com
muita garra e sorte, chegou à decisão. Está com jeitão de campeão, mesmo tendo
inúmeros desfalques para a única partida da final.
E como joga o Drogba! Corre o tempo todo e sabe usar a
catimba para irritar os adversários.