domingo, 28 de setembro de 2014

O drama palmeirense não tem fim

O Palmeiras completou 100 anos no início de setembro e o torcedor até o momento tem poucos motivos para comemorar. O clube vive um dos momentos mais turbulentos da história e tudo indica que conhecerá o terceiro rebaixamento à série B do Campeonato Brasileiro.



O Verdão está na zona de degola e dá raras amostras de que sairá do atoleiro. Há uma semana, a equipe foi humilhada pelo Goiás (6 a 0), no Serra Dourada. Três dias depois bateu o Vitória por 2 a 0, no Pacaembu, correndo poucos riscos, é verdade. Nesse domingo diante do Figueirense, em Florianópolis, sofreu um novo revés por 3 a 1. Até que fez um primeiro tempo seguro contra os donos da casa, mostrando solidez defensiva, toque de bola interessante e boa movimentação no ataque. Com méritos foi ao intervalo com a vitória por 1 a 0 - gol de Cristaldo.

O torcedor palmeirense chegou a acreditar que os três pontos viriam. O Verdão teve duas grandes chances para ampliar e praticamente liquidar a fatura. Na primeira delas, aos quatro minutos, Cristaldo recebeu boa assistência de Valdivia e finalizou para grande defesa de Tiago Volpi. Aos 22 minutos, ocorreu um lance inacreditável que indiretamente acabou mudando o rumo do jogo. De frente para o gol, o displicente Valdivia resolveu brincar e tocar a bola para o lado, perdendo a grande chance de encaminhar a vitória. O erro, que me pareceu proposital, acabou abatendo os visitantes e dando moral ao Figueira, que incrivelmente, fez três gols em apenas quatro minutos com Clayton (2 vezes) e Marcão.

Os jogadores palmeirenses saíram arrasados do gramado. O jovem Victor Luís desabou em lágrimas.

Não entendo a idolatria que a maioria dos palmeirenses tem por Valdivia. Ele até pode ser dotado de boa técnica, mas traz resultados irrisórios dentro de campo. O chileno atuou somente em sete das 25 partidas do Campeonato Brasileiro. Ficou tanto tempo sem entrar em campo devido a suspensões e lesões. É bom lembrar que também ficou um bom período sem atuar, quando viajou para os Emirados Árabes para acertar sua transferência ao Al-Fujairah. A negociação melou e Valdivia resolveu passar alguns dias de "férias", em Orlando, nos Estados Unidos. Logo depois retornou ao clube brasileiro, onde tem contrato até agosto de 2015. Não tendo dúvidas em dizer que o jogador tem o pior custo benefício da história palmeirense. Foi contratado em 2010 junto ao Al-Ain sob o valor de 15 milhões de reais.

Há pouco mais de duas semanas, o meia pisou no flamenguista Amaral e foi expulso, prejudicando a reação da sua equipe, que tinha acabado de empatar e iniciava a busca da virada. Por incrível que pareça a diretoria passou a mão na cabeça do Mago e no jogo seguinte ao cumprimento da suspensão, ele foi escolhido como capitão pelo técnico Dorival Júnior. Sinceramente não entendi o motivo de dar essa responsabilidade a um atleta descomprometido.

Os dois próximos compromissos do Palmeiras serão contra equipes que também lutam contra a degola: Chapecoense, no Pacaembu e Botafogo, no Maracanã. Resultados adversos nesses confrontos devem colocar o alviverde mais próximo da série B. Depois desses jogos, a equipe vai ter pela frente a pedreira Grêmio, no Pacaembu e o indigesto Santos, na Vila Belmiro. Uma sequência que provoca calafrios até no torcedor mais otimista (será que existe?).

A missão contra a degola será duríssima. Antes de tudo, o Palmeiras precisará trabalhar o lado psicológico dos jogadores - principalmente em relação aos mais jovens. Medidas duras devem ser tomadas contra o irresponsável Valdivia.

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