segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quando nosso futebol será gerido de forma profissional?

O futebol brasileiro, dono de cinco títulos mundiais e celeiro de grandes craques, merece ser tratado com melhor carinho por parte dos dirigentes das entidades administrativas do desporto e de prática desportiva. Leiam-se respectivamente confederações/ federações e clubes.

Nosso futebol é gerido de forma amadora. Estamos há anos luz de distância dos europeus, que sabem trabalhar melhor o seu produto de maneira séria e organizada. Aqui temos um calendário com excesso de jogos para os clubes de primeira divisão. A CBF (entidade de prática administrativa) não costuma interromper o Brasileirão em amistosos oficiais da Seleção Brasileira, assim desvalorizando o seu próprio produto. O espetáculo é muito prejudicado com a ausência dos jogadores, que vão servir o escrete canarinho. Há outros equívocos da entidade presidida por José Maria Marín, mas não pretendo me alongar. Deixo para um post futuro.

ERRO DA PORTUGUESA E O EXCESSO DE INTERFERÊNCIA DO STJD

Dois dias depois do encerramento do Campeonato Brasileiro tivemos mais uma prova de como o amadorismo impera por aqui. O Fluminense, rebaixado para a série B, entrou com uma ação no STJD, pedindo punição à Portuguesa (entidade de prática desportiva) por ter escalado o meia Héverton de maneira irregular, em partida contra o Grêmio. O jogador não tinha condições legais para encarar os gaúchos pela última rodada, pois havia sido sido suspenso pelo STJD em dois jogos devido a expulsão contra o Bahia, pela 36ª rodada. Ele havia cumprido a automática contra a Ponte Preta.

A diretoria da Portuguesa justificou que o advogado do clube  não havia informado sobre a decisão do Tribunal. O veredicto saiu na sexta-feira, dois dias antes do jogo contra o Grêmio. Um erro, que dificilmente aconteceria num clube europeu. Por causa do ruído de comunicação, o profissional contratado para fazer a defesa da Lusa foi dispensado.

Na última segunda-feira, a Comissão Disciplinar do STJD julgou o caso e por 5 votos a 0 condenou a Portuguesa, que perdeu 4 pontos (um ponto conquistado no empate contra o Grêmio e mais três pela infração) na classificação final do Nacional. Assim, a equipe paulista foi rebaixada à série B e o Fluminense, o maior beneficiado, se safou do descenso. A decisão pode ser revertida, pois a Portuguesa já recorreu ao Pleno (segunda instância da Justiça Desportiva). O novo julgamento está marcado para o dia 27 de dezembro.

Considerei a pena muito rígida. Não houve dolo por parte da Portuguesa, que não tinha nenhuma pretensão contra o Grêmio. Héverton atuou por apenas 11 minutos e pouco fez em campo. Outro ponto que não consigo entender. Em casos semelhantes, o STJD apenas multou o clube denunciado. Foi assim na semana passada com o Cruzeiro, que havia relacionado de maneira irregular o goleiro Elisson na derrota para o Vasco.

Não gosto do excesso de interferência do Judiciário nos resultados obtidos dentro de campo. O Fluminense fez por merecer o rebaixamento, especialmente no segundo turno, onde teve exibições horríveis. Por outro lado, a Portuguesa, com menos recursos que o adversário, fez um campeonato digno, onde teve que lutar contra uma sequência de arbitragens danosas. Não houve nenhum outro time que tenha sido tão prejudicado pelo apito como a Lusa.

Os resultados obtidos dentro de campo deveriam ter sido mantidos. A Portuguesa cumpriria a suspensão apenas na edição do próximo ano. Dessa forma iniciaria a competição com -4 pontos. Sei que isso não está no código de justiça desportiva, mas deveria ser melhor pensado pelos juristas.


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