terça-feira, 12 de novembro de 2013

E o processo de elitização no futebol segue a todo vapor no Brasil...

Foi se o tempo em que o povão ia aos estádios brasileiros para assistir ao clube de coração sem gastar muito dinheiro. Infelizmente o panorama mudou no início do século XXI.  O esporte mais badalado do país virou privilégio para poucos. O processo da elitização no futebol se intensificou em 2013, com a inauguração das novas arenas, que serão locais dos jogos da Copa do Mundo de 2014.



Dono da maior torcida do Brasil, o Flamengo é o mais novo clube, que punirá os seus seguidores menos abastados. A diretoria rubro-negra anunciou que o ingresso mais barato para a final da Copa do Brasil no remodelado Maracanã custará absurdos R$ 250,00. O mais caro, R$800. Quem é sócio-torcedor tem um desconto. Mesmo assim, o valor mínimo não é nada modesto: R$ 150,00.

O mais chocante foi ouvir o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, dizer que os preços dos ingressos para a finalíssima não é tão abusivo. Ora bolas! Bandeira deve desconhecer o valor do salário mínimo brasileiro (R$ 678,00) e que a maior parte dos torcedores flamenguistas não ganhe mais do que isso. É bom lembrar que além dos ingressos, o torcedor precisar arcar com o transporte público (longe de ter boa relação entre custo e benefício) e com alimentação no estádio (valor semelhante aos praticados pelas grandes redes de cinema).

A impressão é que estamos na Europa e que essa política de preços das entradas é para uma partida da Liga dos Campeões, o torneio mais badalado e rentável do planeta.

O Procon-RJ cobrou explicações à diretoria do Flamengo sobre o abuso dos preços praticados, porém acredito que em nada adiantará. Aquele torcedor, que ocupava a antiga geral do Maracanã, vai continuar sendo prejudicado e em razão das dificuldades financeiras não poderá ver o seu time de coração numa final de campeonato.

A decisão da diretoria rubro-negra pode ter sido um tiro no pé. O Maracanã pode não receber um grande público e o time ter perdido o seu grande combustível: a apaixonante massa flamenguista...

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