sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A estranha demissão de Mano Menezes


O jornalismo esportivo andava frio nos últimos dias, porém voltou a esquentar na tarde dessa sexta-feira com o anúncio da demissão do técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes. A decisão partiu do presidente José Maria Marin. O diretor de seleções, Andres Sanchez, mostrou-se contrário a ela.



A verdade é que Mano Menezes nunca foi unanimidade entre diretores, torcida e imprensa. Sua cabeça começou a ser pedida em 2011, após a eliminação na Copa América para o Paraguai, ainda nas quartas de final. E os gritos pela saída do treinador ganharam força após a perda do título olímpico para o México, em agosto desse ano.

Entendo que o mais sensato teria sido a sua dispensa após a participação nos Jogos Olímpicos. Desde lá, o futebol brasileiro apresentou uma boa evolução. Mano Menezes começou a encontrar o time ideal. Apostou num meio de campo moderno com dois volantes (Paulinho e Ramires), que sabem marcar e apoiar ao ataque com qualidade, promoveu o retorno do meia Kaká à seleção e testou uma ataque interessante sem um centroavante de ofício.

O novo treinador só será anunciado em janeiro do ano que vem faltando um ano e meio para a Copa do Mundo de 2014. Luis Felipe Scolari, pentacampeão mundial em 2002, é um dos cotados. Felipão anda em decadência. Foi um dos responsáveis por levar o Palmeiras à série B em 2012. Há muito tempo não realiza um trabalho convincente. Quem vive de passado, é museu.

Muricy Ramalho, atualmente no Santos, é também um nome forte. No entanto seu trabalho pelo Peixe está deixando a desejar. O badalado treinador não foi capaz de montar um time competitivo quando a estrela Neymar é desfalque por suspensão ou idas à Seleção Brasileira. Hoje, o Santos é muito previsível, não tem jogadas ensaiadas e vive à base de chuveirinhos na área adversária.

O corintiano Tite pode ser contratado pela CBF. Ele é o melhor comandante brasileiro no momento, mas não sei se seria capaz de executar um projeto a curto prazo como a Copa do Mundo de 2014. É bom lembrar que Tite demorou um pouco para mostrar qualidade a frente do Corinthians. Chegou em outubro de 2010 ao Parque São Jorge, alguns meses depois teve seu nome incluído num dos episódios mais tristes da história corintiana: a eliminação na pré Libertadores para o modesto Tolima. O gaúcho balançou no cargo. No entanto, o então presidente Andres Sanchez bancou a sua permanência e 10  meses mais tarde, o Timão comemorava o pentacampeonato brasileiro. A consagração de Tite veio em julho de 2012 com o inédito título corintiano na Copa Libertadores.

Por que a CBF não tenta a contratação de um técnico estrangeiro? Não seria uma boa? Quem sabe o espanhol Guardiola, papa títulos do Barcelona e que tem uma filosofia ofensiva, que 'casa' com nosso estilo?

Relembre o meu post de 27 de abril de 2012: Guardiola deixará o Barcelona. Bem ele poderia dirigir a seleção brasileira...

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