Seleção Brasileira mostrou futebol ofensivo na série de amistosos. Defesa precisa de muitos ajustes para as Olimpíadas

A seleção brasileira olímpica encerrou nesse sábado a série de quatro amistosos na Alemanha e nos Estados Unidos perdendo para a seleção principal da Argentina (4 a 3).

Os comandados de Mano Menezes somaram duas vitórias sobre Dinamarca e Estados Unidos e duas derrotas para México e Argentina.

Os números não impressionaram, mas faço uma avaliação positiva em relação à postura ofensiva da equipe. Enfim o meio de campo e o ataque produziram aquilo que o torcedor imagina, ou seja, um futebol envolvente e alegre. No entanto a defesa precisa de muitos ajustes para os Jogos Olímpicos. O ótimo zagueiro Thiago Silva, lesionado, não esteve em campo contra a Argentina e mesmo assim em jogos anteriores não rendeu o que pôde. O substituto Bruno Uvini foi muito mal, assim como o companheiro Juan. Ambos mostraram desatenção na marcação ao craque Messi, autor de três gols. No terceiro gol da Argentina, Bruno Uvini ficou olhando o zagueiro Fernández cabecear para as redes de Rafael. 


Uvini e Juan devem compor o elenco em Londres, mas não serão titulares. Se estiverem recuperados de lesão, Thiago Silva e David Luiz serão os titulares.

O goleiro Rafael assumiu a titularidade a partir do jogo contra os Estados Unidos e atuou com muita segurança. Deve ser nosso goleiro titular em Londres, já que o veterano Jefferson possui chances remotas de ir para Londres.

A lateral-direita é outro setor que me preocupa. Danilo foi mal principalmente na marcação contra Dinamarca, Estados Unidos e México e virou reserva contra a Argentina. O seu substituto, o jovem Rafael não comprometeu, mas mostrou excesso de preciosismo. Daniel Alves, a melhor opção para o setor, está lesionado e não deve abrigar condições para os Jogos Olímpicos.

Marcelo foi muito bem pelo lado esquerdo. Talvez seja o melhor da função no mundo. É um jogador habilidoso, que chega com muito perigo na frente e sabe ajudar na marcação. Seu maior problema é a indisciplina. Tem a justa fama de estopim curto. No final do amistoso contra a Argentina revidou falta de Lavezzi com agressão e foi expulso. O lateral do Real Madrid merece um puxão de orelha.

No meio de campo, Sandro e Rômulo não são os volantes dos sonhos do torcedor, mas sabem fazer o arroz com feijão e dificilmente irão perder a vaga no time. O meia Oscar foi uma grata surpresa. Ocupou a vaga de Paulo Henrique Ganso, que está se recuperando de artroscopia no joelho e mostrou muita personalidade na armação de jogadas.

No ataque, Hulk não decepcionou. O jogador do Porto mostrou muita força pelos lados direito e esquerdo, mas não deve ser um dos jogadores acima dos 23 anos confirmados por Mano Menezes.

Esperava mais do santista Neymar. Ele não foi mal, porém não brilhou. Em vários jogos abusou do individualismo e simulou várias faltas. Está na hora de nosso maior craque ser cobrado. Na seleção, ele não é nem sombra daquele jogador que encanta no Santos.

Não gostei das atuações de Leandro Damião, que sequer balançou as redes nos quatro amistosos. O camisa 9 perdeu alguns gols feitos. Para sua sorte, o reserva Alexandre Pato ainda não reencontrou a sua melhor forma física e técnica.

O Brasil estreará nos Jogos Olímpicos no dia 26 de julho diante do Egito, em Cardiff.

Tudo indica que a base olímpica será a seguinte: Rafael Cabral; Rafael (Danilo), Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Sandro, Rômulo, Oscar e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Leandro Damião.

Se Mano Menezes conseguir acertar a defesa, temos muitas chances de voltar de Londres com a inédita medalha de ouro.


O goleiro Neto e o zagueiro David Luiz foram os únicos jogadores que não entraram em campo nos amistosos. O volante Casemiro, os meias Lucas, Wellington Nem e Giuliano tiveram participações discretas.