Santos avança na Copa do Brasil, mas volta a jogar muito mal e deixa o torcedor preocupado para a disputa do Brasileirão

Tem sido uma tortura para o torcedor do Santos acompanhar o futebol do time nos últimos jogos. Mais uma vez, os comandados de Muricy Ramalho ficaram devendo. É verdade que o Peixe avançou para a terceira fase da Copa do Brasil, mas não conseguiu sair de um empate sem gols contra o fraco Joinville, na chuvosa noite de quarta-feira, na Vila Belmiro (com 5 mil testemunhas) e correu até riscos de desclassificação. Mesmo criando pouco, o Joinville teve duas chances para sair com a vitória, porém o goleiro Rafael voltou a se destacar com grandes defesas.

Nos últimos seis jogos, o Santos só venceu apenas uma vez (1 a 0 sobre o Joinville, em Santa Catarina), sofreu quatro empates e perdeu duas.

Contra os catarinenses na Vila Belmiro, o Peixe voltou a mostrar um futebol pragmático. O time está sem padrão tático. O meio de campo é um deserto de criatividade. Felipe Anderson, substituto do lesionado Montillo, está longe de ser o camisa 10 ideal. O meia pouco participa das partidas, erra cruzamentos e leva inúmeras broncas de Muricy Ramalho, que tem grande parcela de culpa pelo mau futebol apresentado por sua equipe. Falta também um camisa 9 de qualidade. Henrique, ex-Mogi Mirim, chegou e já jogou, mas está longe de ser a solução para o ataque.

Até o craque Neymar foi contaminado pela mediocridade dos demais companheiros. Não consegue ser mais protagonista. Contra o Joinville, o atacante completou 662 minutos sem balançar às redes, o seu maior jejum desde que foi promovido aos profissionais no início de 2009. Sua cabeça parece estar fora do Brasil.

Está na hora de o clube negociar o seu maior jogador com o futebol europeu. Neymar já cumpriu sua missão no Santos. Os compromissos extra-campo têm atrapalhado o rendimento do craque. Na Europa, seja no Barcelona ou em qualquer outro clube, teria tempo para se dedicar exclusivamente ao futebol. O Peixe só conseguiu assegurar a permanência do jogador por tanto tempo devido a dezenas de acordos publicitários.

Se o alvinegro praiano não contratar bons jogadores e a diretoria não cobrar melhores resultados de Muricy Ramalho, a equipe será apenas coadjuvante no Campeonato Brasileiro. E se perder Neymar e não usar o dinheiro da contratação para reforçar o elenco corre riscos de brigar contra a queda à série B.