Depois de sete anos sem assistir a uma partida no simpático
Canindé, voltei ao estádio nesse domingo para ver Portuguesa 0 x 0 Santos, pela
7ª rodada do Campeonato Brasileiro. Confesso que sai de lá um pouco
decepcionado. Esperava muito mais do Santos, que meses atrás era a grande
sensação do futebol sul-americano e hoje frequenta a preocupante zona do rebaixamento sem ter vencido uma partida sequer. No entanto fiquei surpreso com o bom futebol
da remontada Portuguesa comandada por Geninho. A Lusa merecia até melhor sorte,
pois dominou completamente o primeiro tempo.
O santista Muricy Ramalho inovou na escalação da equipe. Um
das surpresas foi a entrada do jovem Douglas na lateral-direita. O volante
Adriano foi recuado para a defesa e se juntou aos zagueiros Edu Dracena e
Durval na etapa inicial. O novo esquema não funcionou. Os laterais tiveram
pouca iniciativa e o meio de campo era um deserto de criatividade. O meia Paulo
Henrique Ganso pouco foi notado em campo.
A Lusa com marcação compacta e ótima
mobilidade no meio de campo e ataque, criou as três melhores chances melhores
sempre com o volante Guilherme. A primeira encontrou o travessão de Rafael. Nas
duas seguintes, o goleiro evitou o pior para os santistas. O zagueiro Rogério
também teve boa chance, mas cabeceou para fora.
Irritado com o rendimento do Peixe, o técnico Muricy Ramalho
voltou do intervalo com duas mudanças. Juan e Elano substituíram Léo e Douglas.
A equipe teve uma leve melhora, porém seguia sem finalizar a meta defendida por
Dida. Do outro lado, a Lusa sentiu o cansaço da etapa inicial e chegava pouco
ao ataque. A primeira oportunidade clara do Santos só ocorreu aos 25 minutos.
Durval, de cabeça, obrigou o goleiro Dida a fazer importante defesa.
Apagado em
boa parte do jogo, o atacante Neymar cresceu nos minutos finais e tentou dar a
primeira vitória ao Santos no Campeonato Brasileiro. Nos acréscimos, o jogador
partiu antes do meio de campo, fez fila na defesa da Portuguesa e rolou para
Borges, livre de marcação, chutar muito longe, para revolta da maioria dos
torcedores santistas que compareceu ao Canindé. Foi um lance bem parecido com aquele do vascaíno
Diego Souza contra o Corinthians pelas quartas de final da Copa Libertadores.
Mais pitacos
Pelo que apresentou, o empate sem gols ficou de bom tamanho
para o Santos. Já a Portuguesa merecia a segunda vitória consecutiva sobre um
grande clube paulista.
A Portuguesa dá sinais claros de evolução. Mostrou que tem
futebol para almejar vôos mais altos no campeonato e não somente lutar contra a
degola.
O goleiro Dida foi pouco exigido durante a partida, mas
mesmo assim fez defesa sensacional no segundo tempo. Sua experiência é
fundamental para o bom rendimento da defesa lusitana, que ainda não levou gols
desde sua estreia contra o São Paulo no final de semana passado.
Os volantes Léo Silva e Guilherme e o meia Moisés foram os
melhores em campo pelo lado da Portuguesa. Destaco também o bom futebol do
atacante Ananias, que incomodou bastante os santistas com jogadas rápidas.
O Santos apresentou poucos destaques positivos. O goleiro
Rafael evitou o pior. O zagueiro Edu Dracena teve atuação segura.
Muricy Ramalho vai ter muito trabalho para recuperar o
Santos, que ainda sente os traumas da eliminação para o arquirrival Corinthians
na Copa Libertadores. O time pode render muito mais. É difícil entender o que
está acontecendo. Há oito jogos, os santistas não sentem o prazer da vitória. O último triunfo ocorreu contra o Vélez, no dia 25 de maio, em partida válida pelas quartas de final da Libertadores
E o Borges hein! Que fase! Várias vezes o centroavante se
atrapalhou com a bola e perdeu gol incrível no final.
A última vez que estive no Canindé foi em jogo válido pelo
Campeonato Brasileiro da série B de 2005. A Lusa perdeu para o Grêmio e praticamente
deu adeus ao acesso à elite. De lá para cá, o estádio passou por algumas
reformas. O gramado foi trocado e hoje apresenta boas condições. Já a
iluminação é muito ruim.
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